Historic Rio Negro Palace facade in black and white, Rio de Janeiro, Brazil.

Polícia do Rio usa IA para mapear áreas de risco de arrastões

Rio de Janeiro – A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) iniciou, nesta semana, a utilização de um sistema de inteligência artificial (IA) para mapear e prever áreas com alto risco de ocorrência de arrastões e roubos, especialmente em regiões turísticas da cidade. O projeto piloto, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), visa otimizar o policiamento ostensivo e reduzir a criminalidade.

Como funciona o sistema

O sistema da PMERJ utiliza algoritmos de machine learning para analisar uma vasta gama de dados, incluindo:

  • Histórico de ocorrências policiais (roubos, furtos, agressões) georreferenciados.
  • Monitoramento de redes sociais (Twitter, Instagram) em busca de menções a arrastões, reclamações sobre segurança e possíveis convocações para ações criminosas.
  • Dados climáticos (temperatura, umidade, previsão de chuva), que podem influenciar o fluxo de pessoas nas ruas e, consequentemente, a vulnerabilidade a crimes.
  • Informações sobre eventos na cidade (shows, jogos, feiras), que geram aglomerações e podem ser exploradas por criminosos.

Com base nessa análise, o sistema gera mapas de calor que indicam as áreas com maior probabilidade de ocorrência de crimes em determinados horários. Essas informações são repassadas em tempo real para as equipes de policiamento, permitindo um direcionamento mais eficiente dos recursos e a adoção de medidas preventivas.

Impacto e Expectativas

Segundo o Coronel Silva Neto, comandante da PMERJ, a expectativa é que o sistema contribua significativamente para a redução dos índices de criminalidade, especialmente em áreas turísticas como Copacabana, Ipanema e o Centro da cidade, locais onde os arrastões causam grande impacto na imagem do Rio de Janeiro. “Estamos investindo em tecnologia para dar mais segurança à população e aos turistas. Acreditamos que a IA pode ser uma ferramenta poderosa para antecipar e prevenir crimes”, afirmou o Coronel.

A iniciativa da PMERJ é vista com otimismo por especialistas em segurança pública. “O uso de IA no policiamento pode ser um divisor de águas, desde que seja acompanhado de outras medidas, como investimento em inteligência e qualificação dos policiais”, ressalta a socióloga Maria Clara Oliveira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

O sistema está em fase de testes e deverá ser expandido para outras áreas da cidade nos próximos meses.

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