Câmara aprova urgência para projeto que restringe delação premiada
A Câmara dos Deputados aprovou, em regime de urgência, o projeto de lei que restringe o uso de acordos de delação premiada no Brasil. A votação, realizada nesta quarta-feira, acendeu um alerta entre juristas e investigadores, que temem um retrocesso no combate à corrupção.
O que muda com a nova lei?
O texto, ainda em discussão, propõe limitar os benefícios concedidos aos delatores, especialmente a redução de pena. Além disso, dificulta a homologação de acordos que se baseiem unicamente na palavra do colaborador, exigindo provas robustas para corroborar as denúncias.
- Restrição aos benefícios penais para delatores.
- Necessidade de provas substanciais além da palavra do delator.
- Maior controle judicial sobre os acordos.
Impacto nas investigações
Para especialistas, a aprovação do projeto pode enfraquecer investigações complexas, como as da Lava Jato, que se apoiaram fortemente em delações premiadas. A dificuldade em obter acordos pode levar ao silêncio de potenciais colaboradores, dificultando a identificação e punição de crimes de colarinho branco.
“Se aprovada, essa lei criará um ambiente de desconfiança e insegurança jurídica, desincentivando a colaboração e, consequentemente, prejudicando o combate à corrupção”, afirma a advogada criminalista Ana Paula Braga.
O projeto agora segue para análise no Senado, onde enfrentará forte oposição de parlamentares que defendem o fortalecimento das ferramentas de combate à corrupção. O debate promete ser acalorado e decisivo para o futuro das investigações no país.



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